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A Importância do Monitoramento da Uréia do Leite.
09/10/2019- Fonte: Rafael Paiva Izidoro - Médico Veterinário Homeopata
A uréia é um composto nitrogenado resultante do metabolismo proteico na maioria dos mamíferos. Nos ruminantes, a uréia é utilizada como fonte de nitrogênio na síntese proteica microbiana, podendo ser acrescentada de forma sintética ou resultante da quebra das proteínas presentes nos alimentos oferecidos.
No rúmen dos ruminantes, os microrganismos ao quebrarem os carboidratos (açucares e fibras) utilizam o carbono, hidrogênio e oxigênio destes associando-os ao nitrogênio e o enxofre presentes na dieta para a produção de proteína microbiana ruminal, que por sua vez será absorvida pelo intestino após a digestão e usada no crescimento, produção e reprodução dos animais.
Para que isso ocorra de forma saudável, é preciso que existam quantidades compatíveis de açucares e fibras associados a volumes proporcionais de proteínas, do contrário teremos sobra de compostos nitrogenados, o que pode indicar desperdício de proteína, ou ainda que a uréia não utilizada seja convertida em amônia, podendo levar a um quadro grave de intoxicação. É importante salientar que, apesar dos ruminantes terem desenvolvido uma simbiose fantástica com microrganismos no rúmen, não existe um mecanismo que controle a atuação destes sendo assim, falhas na dieta podem provocar problemas digestivos nos animais.
O monitoramento da uréia no leite passou a ser uma ferramenta importante para se equacionar a dieta correta de proteína e carboidratos a ser dada aos ruminantes, uma vez que sendo a uréia uma molécula pequena, ela passa do sangue para o leite no processo de produção nas células secretoras do úbere. Desta forma, podemos saber se na dieta dos ruminantes, a quantidade de proteína oferecida ou a quantidade de açucares e fibras estão em equilíbrio. O excesso de proteína ou carência de carboidratos geram mais uréia no leite. Carência de proteína gera um leite com baixas taxas de uréia.
Desta forma a análise de uréia no leite passa a ser uma informação importante para evitar desperdícios e excessos na dieta dos ruminantes. Os níveis ideias de uréia no leite devem se manter entre 10 a 14 mg/dL, sendo que quantidades menores do que essas podem indicar falta de proteína na alimentação e consequente incapacidade de expressão da capacidade genética de produção. Valores acima destes indicam falta de carboidratos (açucares ou fibras) ou excesso de proteína na dieta.
Sabemos que quando uma vaca está com excesso de proteína em sua dieta, podem ocorrer problemas metabólicos que levam a um aumento de pressão sanguínea e alteração no PH do sangue, aumentando a possibilidade de problemas de casco, reprodutivos e aumento de CCS no leite. Portanto, monitorar a uréia do leite, é uma forma importante de controlar erros da dieta que podem dificultar o bom desempenho reprodutivo e o controle de CCS em rebanhos leiteiros.
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